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Devido ao meu Blog ter atingido a capacidade máxima de imagens, fui obrigado a criar um novo Blog.

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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Igrejalevinhopeneireirorebanho

ducação para os valores
A Família sangra
A inversão de valores é tão grande, que a família está em questão, se os progenitores de hoje não estiverem atentos e não procurarem recuar em aspectos de uma sociedade materialista, onde estamos inseridos.
A família sangra porque se perdeu o respeito pela vida, a começar no aborto libertino, como com mulheres que já abortaram pela 3ª vez, como a porta aberta para o aborto eugénico, quando não se deseja o sexo que está gerado, menino ou menina; o subsídio social à maternidade concedido também às situações de interrupção voluntária da gravidez e a legalização de uniões homossexuais; a eutanásia; o conceito da educação, hoje evocado como legalmente permissivo, em que o poder paternal ou maternal é posto em causa na educação dos seus filhos que, com facilidade, ficam sem eles.
A família está a sangrar e a sangrar está o ensino, as escolas, a sociedade, porque não há pontos de referência, nem modelos, nem justiça, a não ser para os pequenos, porque para os que têm dinheiro ou influência política, até as crianças são fantasiosas, ainda que já sejam adultas, como se não tivessem vergonha quando desmaiam.
Não vale a pena. Quem tem força é quem pode fazer tudo, ainda que seja injusto. Parece estarmos no tempo dos “Cristãos novos”. Já para não falarmos da prostituição infantil! Os valores de hoje parece que estão no dinheiro, no poder político (jogo de influências), no materialismo, no sexo, no faz o que queres, não há regras, normas.
A anarquia começa logo no desrespeito pelo nosso corpo, porque o que interessa é o prazer imediato, dinheiro e sexo.

O Arciprestado de Viana do Castelo
Alguns dados que se registam para o historial deste arciprestado de Viana do Castelo desde o século XIX. Quem quiser e pedir autorização pode fazer história do arciprestado de Viana também nestes 750 anos da cidade.
Existem 7 livros de actas do Arciprestado de Viana desde 15 de Fevereiro de 1878: de 15 de Fevereiro de 1878 a 1/Julho de 1902; de 1/Agosto de 1902 a 10/Maio de 1940; de 15/Junho de 1916 a 30/Julho de 1929;de 13/Novembro de 1951 a 9/Março de 1961; de 20/Abril de 1961 a 14/Fevereiro de 1966; de 20 de Janeiro de 1967 a 20/Março de 1979; de 25/Abril de 1979 a 21/Dezembro de 1982 e os actuais.
ARCIPRESTES de Viana do Castelo: P.e Manuel da Silva Viana, 15 de Fevereiro de 1878; P.e António José Quesado Júnior, 16 de Fevereiro de 1906; Mons. José Gonçalves Corucho, 29 de Abril de 1952; Cónego Manuel Martins Cepa, 26 de Janeiro de 1961; Mons. Daniel José Machado, 20 de Janeiro de 1967; P.e Sebastião Pires Ferreira,19 de Dezembro de 1978; P.e Artur Rodrigues Coutinho,16 de Fevereiro de 1980; P.e José Vaz Saleiro de Abreu, 16 de Fevereiro de 1985; P.e José Fernandes Moreno do Couto,13 de Janeiro de 1991; P.e Dr.Armando Rodrigues Dias, 30 de Dezembro de 2005, em exercício.
SECRETÁRIOS:P.e Francisco Pereira de Castro e Silva , 15 de Fevereiro de 1878; P.e José António Pereira de Carvalho, 1 de Maio de 1880; P.e António Lopes de Faria 1 de Fevereiro de 1883; P.e José Gomes da Costa, 1 de Julho de 1889; P.e Matias da Costa Branco, 16 de Fevereiro de 1906; P.e José Gonçalves Corucho, 31 de Dezembro de 1928; P.e Daniel José Machado, 13 de Novembro de 1951; P.e Manuel Correia Quintas,20 de Janeiro de 1967; P.e António Eugénio Fernandes Dias, 16 de Janeiro de 1979; P.e José Gonçalves Rodrigues, 16 de Março de 1982; P.e Dr.António Jorge da Torre; Mons. Manuel José da Costa Azevedo Vilar e P.e Dr. Domingos Loureço Vieira, o actual.






Igreja Nova na Abelheira
Uma nova igreja como se encontra em construção na Abelheira está parada porque também não é fácil para uma obra deste quilate um arquitecto apresentar os dados e cálculos da noite para o dia, pois tudo é diferente , não se trata de obra rectilínia onde quase sempre é só medir e fazer “copy paste”, isto é, um aproveitamento de trabalhos anteriores. Neste caso é preciso criar, conceber regras para dar resposta às soluções para que o caderno de encargos, não seja falacioso, enganador, o que poderia vir a encarecer na realidade uma obra que se pretende até um futuro longínquo.
No entanto, é sempre de ter em conta que o que está feito pode degradar-se e pode ser desmotivante para quem já tem contribuído até agora; daí as vozes que se ouvem desagradáveis, mas compreensíveis para quem está mais por dentro.
A fé com que trabalhamos e a esperança que todos temos é grande,por isso, não há que desanimar que é próprio dos fracos, lutaremos até ao fim e o recomeço da obra será´para breve.
A. C.
O Peneireiro

O peneireiro é um trabalho ligado à farinha. O próprio moleiro, que mói o grão é também peneireiro. Antigamente não havia farinhas, à venda nas lojas. Cada família as moía para si, depois apareceu o moleiro que com o seu moinho movido a agua ou a vento fazia esse serviço contra um pagamento que não era em dinheiro, mas numa maquia, do material que era moído.
A maquia era uma parte de farinha que era deixada ao moleiro que por sua vez a vendia ao peneireiro, ou ele próprio a peneirava e a vendia aos particulares.
Este sufixo eiro, como nas outras palavras, significa neste caso um trabalho, um oficio, mas também podia significar o lugar onde secavam os cereais (a eira) ou lugar, o recipiente onde levara algo, como o tinteiro que tinha a tinta, onde se molhava a pena para escrever. Também este sufixo pode ser aplicado na botânica em árvores, como o abacateiro, o pinheiro, etc; ou utilizado como objecto ao serviço do homem como seja no roupeiro, ou significar um colectivo como um formigueiro, um vinhateiro; ou ainda intensidade como na palavra braseiro (também colectivo de brasas) ou poeira (muito pó).
O assunto do peneireiro como se pode ver não tem nada a ver com pejurativo “és” um peneiras” ou “um peneirento” que quer dizer algo bem diferente.
O peneireiro usa a peneira que pode ser de várias qualidades, desde a mais tirafininha até uma mais grossa. O peneireiro trabalha só com farinha e esta pode ser mais grossa ou mais fina e o que fica deste trabalho de acordo com a peneira de um lado para o outro é o farelo, o feijão, as ervilhas, etc.
Ora estes gestos de peneirar com a peneira, nas mãos do peneireiro, de um lado para o outro, num vaivém sem parar, o povo deu-lhe para a usar com ironia com outro significado, como o “de vaidoso”.
Assim existiu esta profissão que a tecnologia desenvolvida faz perder com ela as peneiras, objectos importantes em casa de qualquer lavrador.
Hoje há farinheiros, moleiros, peneireiros, mas tudo é feito com novas tecnologias, em serviço doméstico ou em fábricas. Mesmo os farinheiros compram as farinhas e vendem as farinhas que encomendam às fábricas ou compram aos poucos lavradores o grão ou a farinha...
Também é conhecido com este nome de peneireiro um pássaro muito galante e colorido: é o Peneireiro das Torres por gostar das alturas e de estar só.
A TABERNA

A taberna era uma loja de venda de vinho à malga, à tigela, a copo, enfim, amiúde aberta ao público no séc. XIX, mas sempre foi desde os sumérios (3000 anos a.C.), com local para servir álcool, por isso é, já imemorial a sua verdadeira origem. Sabemos que a palavra chegou a nós através do latim Taberna (Taverna) e do grego a mesma coisa, simples em caracteres gregos. Significava abrigo, oficina. Taberna deve ter origem como lugar de lazer, de saudade, de encontro, de esquecimento ou de convívio entre as pessoas, como são hoje os cafés, para curtir um pouco de tempo.
Nos meados do séc. XX conheci a Taberna como uma loja com um balcão de madeira, umas prateleiras ou uns pipos à vista, onde se expunha o vinho tinto ou branco, da região, para ser bebido à tigela. Não se tratava de uma tigela qualquer, nesta região do vinho verde! Era sempre uma tigela vidrada no interior para ver se o vinho tinto tinha cor, gordura ou muito álcool, pelas “lágrimas” que escorriam pelo interior quando se bebia um golo, saboreando-se e olhando para a tigela para ver se correspondia o sabor às lágrimas, muitas ou poucas, que se viam escorrer pelas bordas interiores do recipiente.
No meu tempo de criança, na taberna vendia-se também o bagaço (aguardente), azeite, jeropiga (espécie de licor caseiro) e petiscos como chouriço, presunto, queijo e chocolate preto, rebuçados de açúcar e pão. Era sempre um local onde os passantes repousavam um pouco, brincavam, passavam as notícias da aldeia uns aos outros e, às vezes, mesmo fora de lei, jogavam a dinheiro, sobretudo à noite e de porta fechada.
Os mais amigos do Baco e que não tinham muito trabalho, passavam mais tempo por lá e jogavam às rodadas de amigos uns aos outros. Um dia ouvi um bêbado solteirão a dizer a um outro casado e com muitos filhos “Olha pá, tu tens a mulher em casa à tua espera e os teus filhos a passar fome, vai já para casa”. Esta reacção nasceu por o casado chamar a atenção o solteiro a dizer-lhe que não convinha beber mais. De facto, ambos estavam no máximo, nem um nem outro sabia qual o norte, nem em qual parede ou outra coisa se podiam encostar para não caírem.
Pejurativamente à Taberna também se chamou Tasco.
Este tipo de serviço, pelos anos oitenta, começou a ser ultrapassado. Muitos tascos na aldeia transformaram-se em tabernas e mercearias ao mesmo tempo. Então vendiam, de um lado o vinho e do outro outros tipos de comida como as mercearias. Hoje já são cafés, cafés-bares, pensão ou restaurante.
A palavra “Bar” deve ter tido origem na França por uma “barra” que era colocada à volta do balcão para os clientes não se pousarem nele. Daí a transformação de barra, “barre” para barr, bar.
Nas mercearias vendiam-se várias coisas alimentares para levar para casa, como: açúcar, café, cevada, arroz, massas, farinha, etc. ... que vinham em sacos despejados por baixo de um balcão ou por trás deste, onde com um copo, espécie de cilindro, em forma de cone, com asa e um lado mais alongado, os merceeiros enchiam os cartuchos, de papel grosso e colado no fundo com uma cola especial (uma goma misturada com centeio ou cinza), e outros produtos como sabão, petróleo, azeite. Sabonetes, giletes e lâminas, lousas e até livros escolares, sem esquecer a “borda d’água”. Os cartuxos eram de 0,5 kg, 1 kg ou 2 kg ou então 50, 100 gramas ou menos de 0,5 kg, feitos com uma folha de papel costaneira em forma de cone onde se metia o café ou o que o cliente quisesse, pimenta, canela, pimentão, etc.
Aí se vendiam outros bens alimentares, mas com um número bem limitado e não como hoje que se vende de tudo e de marcas diversas, de origens diferentes. As mercearias de outros tempos são hoje espaços bem mais amplos a que se chamam mercadinhos, supermercados, hipermercados, grandes superfícies, conforme os casos.
Assim como as tabernas, as mercearias também têm a sua história.
A Viana
OS COVEIROS

Os coveiros existem em todas as terras porque nelas há necessidade de enterramentos, nas cidades talvez a tempo inteiro.
Normalmente não eram vistos como profissionais, mas como um trabalhador a horas cuja missão era abrir a cova ou preparar o local onde os mortos eram enterrados.
Acontece que nem sempre houve cemitérios como agora. Antigamente, os cristãos eram enterrados nas igrejas, depois nos adros e uma lei do século XIX obrigou que houvesse espaços junto das Igrejas para esse fim. Cada família queria ter lá o seu lugar, daí a impossibilidade de hoje haver espaços com fartura para isso. Cada um queria, ao menos, uma sepultura (uma campa de terra à medida do caixão para poder ser inumado após a sua morte.” Coitado, nem um palmo de terra tem onde cair de morto, diz-se de um pobre.”
Começaram a aparecer os regulamentos dos cemitérios e para cada cemitério, pela Junta de Freguesia. Os coveiros começaram a ter outra força e actualmente alguns recebem já formação profissional, teórica e prática. A inumação ou a exumação passam por eles, como a transladação dos cadáveres.
Antigamente contavam-se histórias muito lindas sobre os coveiros e a vida deles nos cemitérios. Hoje, isso já não acontece, mas lembro-me que a sepultura em terra, quando se destinasse a uma só pessoa, tinha uma altura de 1,60 ou 1,70, mas quando na família havia pessoas idosas, era pedido ao coveiro que fizesse para duas ou três medidas, isto é, o mais fundo possível, porque tinha de dar lugar a mais um ou dois que, naturalmente, se seguiriam. Isto dependia se era uma sepultura em terra ou em jazigo, que podia ser raso ou tipo capela mas uns com os caixões à vista, outros com eles tapados com tampa de lousa preta, mármore ou pedra e com a respectiva inscrição.
As inumações feitas na terra chamavam-lhe campas e terminavam em bico ou em forma de tampa do caixão, encimada por uma cruz ou cobertas com mármore e com placas agora com a foto, a idade de nascimento e do falecimento e com dedicatórias, sempre muito humanas e cristãs.
Claro que em alguns cemitérios que se visitam, vêem-se as mais variadas simbologias sobre a morte, o trabalho, a profissão, a religião ou outros símbolos como o esquadro e o compasso da maçonaria.
Existem também os ossários e com a falta de espaço, também as pessoas, sem maldade nenhuma, mas apenas por acompanhar o progresso, a evolução, já pedem a cremação do seu corpo. Os familiares para memória futura pedem algumas cinzas. São os crematórios para o efeito que já existem, mas ainda não é muito vulgar.
De qualquer modo, o nosso corpo cadáver há-de ser pó e tanto pode sê-lo de uma maneira mais demorada, como de outra mais rápida. Não fica nada prejudicada a ressurreição dos mortos que nós cristãos acreditamos.
Os coveiros sempre hão-de existir de pá, sachola, picareta e traves para aguentar a terra dos lados que às vezes chegou ou chega à profundidade de 3 metros. É obra! Há, de facto, necessidade de formação teórica e prática, que é vasta, embora nem todas compreendam.
Os instrumentos de trabalho também me parece que não sejam alterados, mas para já é como se sabe.
A Vian
“ANTÓNIO LEVINHO”

António Fernandes Puga é um utente do nosso Centro de Dia, nascido a 5 do mês de S. José de 1915, tendo, por isso, 93 anos de idade. É filho de João Albino Puga, de Vila Fria, e de Marta Fernandes Lajoso, de Sta. Marta. Foi o primeiro de 6 irmãos, a saber: Rosalina, já falecida; a Rosa, que vive na Meadela; a Maria Augusta, já falecida; a Maria do Carmo, a viver na Bessa (Meadela) e o João, da Mercearia da Bessa, todos casaram e têm geração.
O António Puga, conhecido por “Levinho” frequentou a Escola da Câmara do norte e fez a 1ª classe e mais tarde frequentou a Escola do Carmo, antigo Convento dos Padres Carmelitas Descalços, fazendo a 2ª classe.
Foi carreteiro, como seu pai. Nasceu em Sta. Leocádia de Geraz do Lima, onde os seus pais estavam como rendeiros de uma Quinta. Entretanto, o pai foi chamado para a guerra de catorze, voltando em 1918 e veio para a Quinta da Giesteira (onde agora estão os Bombeiros Municipais).
Não foi tropa e casou aos 25 anos com Júlia Pereira Cruz, de Sta. Maria de Rebordões, e do qual é viúvo há alguns anos. Teve 5 filhos: o António, o Joaquim, já falecido, o João, a viver em Sta. Marta, o Fernando, que vive na América e a Fátima, que vive em casa com ele, todos casados e com filhos. A Fátima casou com o Mota e teve dois filhos: o Pedro e o Rui, ambos casados e com geração.
Tomou conta, depois, da Giesteira, da Quinta do Cónego Pires, na Abelheira, até ela ser vendida. Nessa altura, deixou o serviço de lavrador e de carreteiro, como o pai, e foi para estivador, a ganhar 120$00 por dia de trabalho. Chegou a ganhar 88 contos, mas agora só lhe dá uma pensão muito pequena.
A mulher sempre foi doméstica. Quando era carreteiro lembrou-se que por cada tonelada de transporte do Cais, onde é o Restaurante Náutico, para a Doca, custava 4 escudos. Havia carreteiros com 2 pares de bois e outros apenas com um par. Quando saía de casa pela manhã, levava comida para o gado. No Inverno era um saco de palhada e no Verão era um molho de pendões, milhão, etc. ... Os Lapardões e o Manuel Cambão sempre usavam os dois pares de bois.
Os carreteiros que não tivessem onde colher comida, eram ajudados pelas mulheres de Darque, que traziam às árvores do Náutico a comida necessária para os animais, que vendiam a quem precisasse.
Está muito contente no Centro de Dia. Gosta muito de ler e de escrever, mas agora custa-lhe escrever por causa das mãos.
Sempre tem recebido muito carinho dos filhos, mas a Fátima, o genro e os netos são muito seus amigos e ajudam-no.
Disse ele: “Quando o Senhor P.e Coutinho entrou na Paróquia, como o padre anterior, disse que fazia a festa mas não fazia a procissão, nós fomos estar consigo 3 dias depois de entrar e antes 4 dias da procissão, e o senhor recebeu-nos de braços abertos e conquistou-nos a nós e a todo o lugar (da Abelheira). Fizemos a festa que queríamos”. Hoje ninguém quer trabalho e compromissos e a festa tem-se reduzido à parte religiosa, já é bom, mas a animação do lugar e a festa era uma ocasião muito boa para a gente da Abelheira se juntar, até os emigrantes só iam embora após as festas.
“O Senhor Padre tem trabalho a mais, é uma nau muito grande, às vezes tenho pena de si e não admira andar doente!. A Teresa Barroso foi uma boa colaboradora e o Bezenga também, o pai do Arantes era o padrinho da minha Fátima. Eu gosto de todos e conheço a todos os que estão comprometidos com a Igreja, sou amigo e falo sempre com todos. Penso que a Igreja Nova não acabará em 2009. Há pouco dinheiro, mas se a pensão me aumentar, como dizem, ainda vou dar mais do que já dei e não foi pouco”.
Afinal o António Puga não é assim tão leve ou frágil, é uma pessoa muito bem relacionada com gente de todos os níveis e amigo de participar socialmente na comunidade e para o bem desta.
Diz que os anos já pesam muito, mas só por causa das artroses porque, de cabeça, não falha nada!

Aliquis


“O Rebanho”
O modo acintoso como se dizem as coisas é que pode estar mal, mas, para mim, rebanho é um substantivo colectivo e, dois, em filosofia, já pode ser uma multidão não é só singular, mas plural.
Ora a família é a célula da comunidade, da sociedade, é a primeira comunidade e daqui sai a grande comunidade ou sociedade religiosa ou civil.
Numa sociedade bem estruturada há sempre uma hierarquia, a não ser que seja anárquica, (mas nesse caso, onde está a estrutura? É impossível). Penso que em qualquer comunidade, a começar pela família, há sempre um cabeça de casal, há uma hirerarquia. Ao cabeça de casal podemos chamar-lhe pastor ou pastora, de um modo particular se há geração. O mesmo sucede em qualquer sociedade civil que se une pela consecução dos seus objectivos, por exemplo patrióticos, se se trata de uma comunhão de território, de língua, de tradições e todos concorram para os mesmos objectivos nacionais. Trata-se de uma sociedade que tem de ter uma estrutura e uma hirerarquia. No nosso caso, República Democrática.
A sociedade religiosa, mais tratada por comunidade, tem de comum a fé, o espírito e perseguição dos mesmos objectivos e requer sempre uma estrutura, normalmente, nos monoteístas, uma teocracia onde a acção dos Ministros das Religiões podem ser sempre tratados como pastores porque em nome de Deus devem abrir caminho, servir os fiéis para que “o rebanho” possa seguir a via da salvação, da confissão de que “Ele é o Cristo”, como Pedro. No nosso caso este Primeiro Ministro, o Papa, sucessor dos Apóstolos, das primeiras comunidades, nomeia os Bispos, mas antes disso é costume serem ouvidos sacerdotes e leigos praticantes e não praticantes.
Os Bispos nomeados para as Dioceses pelo Papa têm sempre votos positivos de leigos cristãos, mais praticantes ou menos praticantes, sacerdotes e outros Bispos...
O Papa não age neste sentido por si, embora o pudesse fazer por se tratar de uma comunidade teocrática, mas nem Bispos o fazem porque têm os seus órgãos consultivos, tanto de sacerdotes, como de leigos, para decisão mais concertada.
Para a essência episcopal o uso do “dom fulano” é secundário e se perguntássemos a cada um deles, todos estavam de acordo em acabar com isso, penso eu, porque suponho que uma maioria dos Bispos já deixaram de ser “os senhores palacianos” como noutros tempos e que é no meio do povo dos sacerdotes e dos diáconos que eles se sentem mais bispos, pastores de uma religião, como na Diocese de Viana.
No entanto isso é tão secundário que também não me preocupa e quando estou em Espanha tratam-me por Dom, e não sou Bispo, pois Dom é uma abreviatura de Dominus, que quer dizer Senhor. Teria de acabar com o tratamento por Senhor ou Dona. Estas estruturas existem em todas as dioceses e nas Paróquias. Também o pároco não deve decidir sozinho, “não é o senhor do aprisco”, a comunhão do pároco com os leigos, faz-se de vários modos, com os baptizados assumidos, porque cristãos há muitos de baptismos, mas não por convicção, e, com esses, não pode a Igreja estar à espera, a não ser cumprir a sua missão de ir ao seu encontro “como ovelhas” arredadas do “rebanho”, para um diálogo respeitoso.
O Pároco tem, para gerir a Pastoral da Paróquia, um Conselho Pastoral Paroquial com que reúne extraordinariamente, ou ordinariamente, e com Conselho Permanente. Tem ainda uma Comissão que gere a materialidade, o património da Paróquia, que não fica alheio ao Conselho Paroquial, como todos os movimentos e grupos paroquiais existentes. Nesta Paróquia, a catequese tem o seu secretariado que ordena e prepara formação para os catequistas (actualização) e o programa anual, que é apresentado ao CPP. O programa anual de todas as actividades de uma paróquia é aprovado em Conselho Paroquial de Pastoral, como o calendário das mesmas, para evitar colisões de actos incompatíveis na Comunidade, “no Rebanho” (do qual faz parte o Pároco e os leigos).
Estão todos ao serviço uns dos outros. Todos são servos do mesmo Deus, sob as orientações do Bispo e do Papa.
Quando algo falha nesta ordem de acções, não está de acordo com a estrutura de uma sociedade (comunidade) que luta pela perfeição? Que não basta saber o que é bom para ser bom (dizia Sócrates); nem construir uma “Cidade Perfeita” com regras éticas (dizia Platão) guiada pela doutrina da fé; nem pela moderação de paixões como caminho para a felicidade (dizia Aristóteles). Isto da filosofia grega que teve as suas contigências, porque sempre haverá rupturas em todos os caminhos na luta pela perfeição.
Sempre haverá altos e baixos e só se atingirá, dizemos nós; até se atingir o ideal, a plenitude no fim dos tempos. Chegados à parusia.
Até lá sempre é perfeita, enquanto luta, enquanto se é ovelha e pastor, enquanto “rebanho” à procura de conhecer e reconhecer nos pobres, nos presos, nos “pecadores” nos aflitos o Cristo, onde hoje se manifesta.
No entanto, às vezes podemos ter a tentação, em qualquer religião, de criar ou ajustar os valores que se defendem na religião, na ética, independentemente dos meios, para que correspondam aos nossos princípios ou caprichos. Isso é falsidade. A religião está acima dos nossos caprichos.
Naturalmente não estamos de acordo com a moralidade ou a ética de leis que são aprovadas nos nossos governos da Sociedade Civil, quando são injustas, ainda que possam ser úteis.
Nos Direitos fundamentais do Homem, lá estão princípios cristãos em abundância, mas quando, 60 anos depois,, estes Direitos Humanos são conspurcados com a subjectividade de muitos responsáveis políticos, isso é verdade e nesse “rebanho” também não quero entrar. Não quero ser “ovelha” desse “rebanho”. Respeito a liberdade, mas também não me não me calarei...A liberdade supõe respeito mútuo e não agressividade!...Quer diálogo e respeito.
Portanto, com pobres, com pecadores... sempre podemos ter uma sociedade ou “uma comunidade” perfeita, não na sua plenitude, mas no caminho para ela, o que não posso é ser anárquico. Posso ser crítico, posso incomodar, tenho também essa liberdade, dom sagrado que Deus me concedeu. Pode ser difícil a vida para mim, porque o mais fácil é encontrar falhas, erros, pormenores falsos nos outros, molestar alguém, mas devo assumir as responsabilidades. Sempre gostei de ver o lado bom dos outros, e quando vou mais além, não é por obcessão ou pressionado seja por quem for.
Aliquis

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