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sexta-feira, 2 de julho de 2010

"Chegou o carteiro…"



Recordo a canção "chegou o carteiro das 9 para as 10" e faz-me saudade, não da canção, mas da função de carteiro.


Hoje não há carteiros… há tarefeiros.


Hoje não há regras, disciplina… faz-se como calha. Entrega-se o correio trocado daqui para ali e dali para acolá, uma parte do mesmo destinatário fica aqui outra fica acolá. Um é azul, outro é branco. O Azul tem prioridade e, às vezes, chega depois do branco. São coisas complicadas, mas tudo isto é, fruto do sistema social criado. Não é fruto da liberdade, mas da libertinagem e da falta de respeito, de dignidade e honradez naquilo que se faz. Não é fruto do respeito pelo outro, mas procura do lucro.


Os próprios correios parecem darem mais importância ao coleccionismo disto ou daquilo!... Há que fazer dinheiro!... Há que produzir e vender!...Seja como for!...


O serviço do carteiro de há poucos anos era um serviço de distinção social e havia uma disciplina que era cumprida a rigor, caso contrário facilmente punha a sua profissão em risco. Não era preciso muito. Nunca a mala do correio podia ser pousada ou deixada em algum lugar.


Se for necessário, hoje fica pelo caminho ou na casa de alguém. O correio não chega das 9 para as 10, chega das 9 para as 15 ou 16. Nunca se sabe, onde está o carteiro, nem a que horas chega. Também é um serviço de tarefeiro e mais económico para a empresa. O importante é o lucro, não o serviço com honra e dignidade, digno de registo e de exemplo para o povo das nossas aldeias.


O Professor, o Padre e o Carteiro eram pessoas de referência pela disciplina, pela educação, sendo, de igual modo, pessoas muito respeitadas. Talvez fosse exagero, mas hoje o pecado na sociedade é maior, porque não há respeito mútuo por ninguém. Tavez medo de dizer verdades!... As verdades que incomodam...


É o dinheiro, é o lucro seja a que preço for, o prazer, o imediatismo. Parece tratar-se de um maquiavelismo moderno, onde tudo vale. O que importa é o orgulho pessoal de tudo ter, ainda que nada seja.


Adeus, oh carteiro! …


Há ou não motivos para haver saudades? ! …

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