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domingo, 21 de novembro de 2010

Padre Joaquim Peixoto - Barroselas

No último número, depois da leitura no P.N. ficou-me ainda um vazio... e gostaria de o preencher. Aqui entra um pouco da minha saudade e gratidão pessoal que esqueci, de momento.


É que me levou muitas vezes a passear como o fazia, por vezes, o Pe. José Ribeiro, pároco de Mazarefes, quando eu era adolescente.



Naturalmente, ele não precisava da minha companhia, mas eu precisava da companhia dele porque me deu muito do seu saber e do seu viver, do seu ter e do seu partilhar, do seu ser homem e sacerdote.

Deu-me oportunidade de conviver com ele em casa, no lugar das Boticas, em Barroselas, também na minha, em Mazarefes, como nas viagens e convívios.

Por ele eu criei uma relação de proximidade e de amizade com o Salvador Peixoto, seu sobrinho que bem o honra, não só na vida profissional de professor, na Escola Frei Bartolomeu dos Mártires, mas também como marido e pai de família. Recebera bem as lições do tio e da tia, D. Margarida, a irmã que sempre viveu na casa onde todos nasceram, nas Boticas. Foi, por isso, e não só pela sua brilhante oratória, escolhido por mim para ser o pregador da minha Missa Nova, em 13 de Agosto de 1972.

Possuo um opúsculo de artigos sobre educação onde se lê e vê a beleza da sua linguagem, a mensagem que transmitia. Fazia-o com mestria, bem feito e dava-lhe sempre uma projecção de beleza para encanto, convencimento e adesão fácil àquilo que escrevia, aliás, como na pregação. Ao falar da fé, apresentava-se convicto e as suas palavras eram proferidas acompanhadas sempre pela contemplação, interiorização e conversão dos seus ouvintes.

Fiquei ainda mais envergonhado que uma correcção de um acrescento que quis fazer no número anterior deste jornal, fosse feito pela funcionária fora do sítio, a propósito de uma homenagem que bem merecia dos amigos e de todos os barroselenses pelo seu nobre conterrâneo, em obras sociais, culturais, militares e religiosas de que foi exemplo e se tornou famoso. Eu é que pergunto se a gente boa de Barroselas e as suas autoridades se lembraram dele ou não, se já teve direito a uma rua com o seu nome. Era justo e manifesto de gratidão de todos os que o conheceram: os militares, os paroquianos, os operários das Barragens, onde foi capelão, os pobres que lhe batiam à porta e muitos dos barroselenses que o procuravam para um conselho, uma mão, um sair ao caminho...Tenho família em Barroselas e andei muito por lá. Conhecia o ambiente e conhecia-o a ele muito bem.

Pondo de lado o aspecto religioso, o espírito de sacerdote e de franciscano, a paixão, o amor e o interesse que tinha pela sua terra natal, com um certo orgulho, que não lhe ficava mal, onde viveu os últimos anos da sua vida pouco saudável, o alto profissionalismo como professor e capelão militar com a patente de major, o humanismo para com os alunos, os obreiros das barragens, e famílias, o interesse por respostas sociais e culturais, tanto na terra como entre os seus trabalhadores, por tudo o que foi, bem merecia que os da sua terra lhe fizessem justa homenagem pois, pelo que saiba, nunca se fez nada por um barroselense desta envergadura, como figura pública com honra e mérito, que era.

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