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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O Galo, um galináceo com histórias importantes bo meio de "Os Bichos"


O    G  a  l  o


A palavra galo de (Gallus) é o macho da galinha. Um galo pequeno é um galispo, popularmente, o galito, o franguinho.

É uma ave mitológica tanto na mitologia grega como na romana. É símbolo da publicidade, é um símbolo nacional de Portugal, e de modo particular de Barcelos, a “Missa do Galo” celebrada à meia-noite no dia 24 depois da ceia de Natal, é a mascote de muitas marcas, grupos ou associações desportivas e não só.

Segundo Lucas Rafael : Esta diversidade sobre o mesmo já vem de um “Conjunto de crenças dos povos celtas que viviam na região da Gália, nas fronteiras do Império Romano, e que teve grandes influências dos deuses latinos.



O que se conhece dessa mitologia foi redigido por escritores latinos depois do século I a.C., como Posidônio, Diodoro Siciliano, Estrabão, Lucano, Tácito e Júlio César As Guerras Gálicas, que narra a conquista da Gália por Roma.”

Daí a prolífera cultura à volta do galo.

Não faltam lendas, elas são muitas...sem conta, mas como a mais próxima de nós, a lenda do galo de Barcelos que narra a inocência de uma pessoa, miraculosamente, foi revelada por um galo morto.

Os barcelenses andavam amedrontados e preocupados com a descoberta do autor de um crime. Diz a lenda: um dia um habitante da Galiza que apareceu lá foi tido como suspeito e foi preso, apesar dele negar a pés juntos que não tinha feito tal crime; estava apenas de passagem por ali, em cumprimento de uma promessa em peregrinação a Santiago de Compostela.

Acabou por ser condenado à forca, mas antes do enforcamento, pediu para falar com o juiz que o condenara e voltou a afirmar a sua inocência.

Quando apareceu ao juiz que se encontrava, nesse momento, a comer galo assado no forno, o condenado apontou para o galo dizendo: “É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”.

O juiz ignorou, mas ao ser executado o hipotético criminoso, o galo ergueu-se, na mesa, e cantou.

O juiz correu à forca e graças a um nó mal dado o condenado estava ainda vivo pelo que foi solto e mandado em paz.

Anos mais tarde foi ele a Barcelos esculpir o Cruzeiro do Senhor do Galo em honra de Nossa Senhora e de Santiago.

Isto não terá nada a ver com a justiça de hoje na maioria dos países muito ricos ou pobres.

O galo das torres, dos campanários, tem outra origem. Foi o galo escolhido para colocar no alto, no poleiro, para que todos o vissem sobre uma base de ferro que lhe permite girar 360 graus e se tornar um centro observatório em relação ao tempo, isto é, com uma finalidade social e meteorológica em Freixo de Espada à Cinta já no tempo de D. Afonso Henriques, no castelo, por volta de 1150…










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Esta foi a escolha do galo como símbolo do alvorecer. Pois é o galo, a ave que, ao sentir o nascer do sol de um novo dia, chama cantando, chama as galinhas do galinheiro e toda a gente: QUÓ…RI…Kó…, normalmente três vezes!...

Entretanto as galinhas cacarejam: Ká...quá... ri...ká... Estão ainda com as goelas adormecidas. Até que o galo perde a paciência e canta cada vez mais alto... 
Seja como for o galo gosta, ou procura, sempre colocar-se em lugar superior às galinhas. Será para as vigiar ou não perder o lugar do "poleiro". Também nos podemos interrogar porque é que um galo não aceita de bom grado outro no capoeiro ou galinheiro? É que gladiam-se até à morte.

O galo selvagem também se isola nos pontos mais alto das montanhas…é sempre em ponto alto que procuram estar…

Preanunciado, ou usado como figura, por Jesus Cristo quando disse a Pedro: “antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes.”

No alto da torre o galo está sempre de bico voltado para o lado do vento e a base com quatro hastes em forma de raios com 50 a 60 centímetros para indicar os quatro pontos cardiais – Norte, Sul, Oeste e Este ou apenas as letra N, S, O, E.


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Segundo a orientação do bico, ao apontar para nascente vem chuva, quando aponta para noroeste avisa-nos que vem vento frio, tão frio que, no Minho, chamam-lhe vento galego. Parece que penetra os corpos de tão frio que é.

Deu origem ao jogo do galo ou jogo de “rachão”. Diz o ditado : “Galo com rabo alto a torcer, é ressaca que vem a bater”.

“Cantar de galo” é a expressão utilizada para significar grandeza, importância. “Olha, é pequeno, mas parece que já quer cantar de galo, isto é, ser grande ou ter poder”.

O galo foi símbolo de muitas nações, mas a francesa é que tem mais fundamento por causa da semelhança de gallus com gália, os galos, dos gauleses. Daí a segunda república francesa continuar a dar-lhe importância até o utilizar como símbolo nacional e nas próprias placas dos carteiros...

Um autor português, Miguel Torga, na sua obra "Os Bichos" ficou imortalizado, mundialmente, ao referir-se aos bichos e, especialmente, explora este tema ligado a lendas populares do galo, com certa notoriedade. O galo é o bicho da luta, do poder, incompatível, do choque e, por isso, não se querem dois galos num poleiro...a não ser que o segundo seja muito mais novo. Na China há o "Ano do Galo" e, na Madeira, o "Ano do galo Verde".

É difícil esgotar a história do galo desde a cultura popular até à científiaca, desde a superstição e os bruxedos até aos mais e diversos cozinhados com carne de galo ou galinha, nunca mais se acabaria.

Com isto não estou a cantar de galo, emproado no poleiro, mas lançar algumas “armas” não para lutar, nem para me defender de outro galo que cante no mesmo galinheiro, apenas para reflexão e partilhar com os amigos algo da cultura "gaulesa?" ou "galesa"?...galinácea?!...Nada mais… e pronto, acabou.
                                                                                                                                                      A. Viana

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