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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Castro Gil -Amadeu Torres- Padre Alípio Torres e Padre José Joaquim Torres

Faleceu o Cónego Amadeu Torres, natural de Viana do Castelo. Tive a graça de o ter tido como professor e de sermos amigos. Era irmão de mais dois sacerdotes, todos naturais de Vila de Punhe: O Dr. Alípio Torres, escritor e investigador, professor jubilado do Liceu de Viana do Castelo  e do pintor Joaquim Torres, pároco de Chafé.
A propósito,

“O Arcebispo de Braga agra­deceu ao cônego Ama­deu Rodrigues Torres «o lega­do cristão, lingüístico e poéti­co, deixado ao serviço da Igre­ja, da cultura e do Homem». 0 Prelado presidiu às cerimô­nias fúnebres deste professor catedrático jubilado da Uni­versidade Católica Portugue­sa e da Universidade do Mi­nho, que decorreram na Sé Catedral de Braga, seguindo o corpo a sepultar na sua terra natal, em Vila de Punhe, Via­na do Castelo.

Aludindo ao Dia Mundial do Doente, que ontem se ce­lebrou, D. Jorge Ortiga recor­dou os difíceis momentos com que lidou Amadeu Torres em tempo de prolongada doença, durante a sua juventude, sa­lientando que foi precisamen­te da doença, que o poderia ter deprimido e incapacitado, que surgiu a sua primeira obra poética, em 1948, "O Meu Ca­minho é Este", que assinou com o pseudônimo Castro Gil.

«Num mundo de superficia­lidade, o autor ensina-nos a aprender e a pensar. É esta a mensagem que o cônego AmadeuTorres deixa à Igreja», salien­tou o Arcebispo de Braga.

Estabelecendo uma ponte entre a vertente acadêmica de Amadeu Torres, considerado um dos maiores especialistas mundiais em Lingüística, His­tória da Língua e da Gramáti­ca, e a sua vivência enquanto sacerdote e homem ligado à Igreja, D. Jorge Ortiga salien­tou que «é ao longo de um caminho, em que se descor­tina toda uma língua através das palavras, que descobrimos a Palavra de Deus. Por isso, a última palavra não pode ser a morte, mas a vida eterna».

Nesse sentido, o prelado deixou aos presentes o desa­fio de decorarem a Palavra de Deus, sem que se trate de um "decorar" académico, que ra­pidamente se esquece, mas antes um "decorar* no senti­do etimológico dessa pala­vra (que tem a sua raiz no la­tim, significando "de coração"), sendo os presentes assim in­centivados a guardar a Palavra de Deus no coração.

«Se assim for, seremos real­mente o "sal da terra" e a "luz do mundo", reconhecendo e aproximando do Homem esse Deus e esse mistério transcen­dente que a poesia consegue decifrar», defendeu o Arcebis­po de Braga, aludindo à men­sagem do Evangelho de on­tem, onde Jesus «oferece gra­tuitamente as expressões "sal da terra"e"luz do mundo"para definir a finalidade da missão dos seus discípulos: o anún­cio do Reino de Deus, e a fi­gura de Deus Pai em Cristo Ressuscitado».

No final da homilia, D. Jorge Ortiga fez ainda uma especial referência à vasta produção poética de Castro Gil, termi­nando com a dedamação do poema "Variação sobre um ve­lho tema" escrito em 1948 e incluído na obra *0 Meu Ca­minho é Este", o que desper­tou grande comoção em mui­tos dos presentes.

Ontem, foram muitos os que, na Sé bracarense, quise­ram acenar um "último adeus" ao poeta, linguista e professor, latinista e poliglota admirado em várias academias, desde representantes de várias ins­tituições, passando por sacer­dotes, professores de vários ní­veis de ensino, antigos alunos, familiares e amigos.

Nas cerimônias fúnebres participaram ainda o Arcebis­po Emérito de Braga D. Eurico Dias Nogueira, o Bispo Auxiliar D. Manuel Linda, vários mem­bros do Cabido Bracarense (a que o Cônego Amadeu Torres pertencia), as Irmãs do Colé­gio D. Pedro V, de cuja igreja (Senhora da Penha de França) era Capelão há cerca de meio século, e também o Coro do Seminário Conciliar, que teve seu cargo a.componente mu­sical da liturgia.

Recorde-se que ao Cône­go Amadeu Rodrigues Torres (Castro Gil), entre outras dis­tinções acadêmicas, literárias e civis, foi atribuída, no ano 2000, a "Medalha de Ouro da Cidade de Braga".     - ro@gmail.com., in DM de 12.02.2012


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