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segunda-feira, 16 de julho de 2012

A unidade em dois - Matrimónio

Como ser dois sendo um? Como ser um sendo dois?



Satisfação conjugal é, sem dúvida, um conceito subjetivo que implica ter as próprias necessidades e desejos satisfeitos, assim como corresponder, em maior ou menor escala, ao que o outro espera, definindo um dar e receber recíproco e espontâneo.

Toda a dificuldade de ser casal encerra, ao mesmo tempo, duas individualidades e uma conjugalidade, ou seja, um casal são dois sujeitos, dois desejos, duas inserções e perceções do mundo, duas histórias e dois projetos de vida, duas identidades que convivem com um projeto de vida de casal e uma identidade conjugal.

Então, como ser dois sendo um? Como ser um sendo dois? Condição essencial é a adaptabilidade, que tem relação com o equilíbrio entre uma estrutura estável' e, ao mesmo tempo, flexível, com regras claras e suscetíveis de serem negociadas e até modificadas, em resposta às mudanças que, hoje, são muitas e muito rápidas.

Outro requisito é a expressão das emoções que funciona como aspeto vital da comunicação e que se relaciona com sensações e sentimentos de bem-estar, contentamento, companheirismo, afeição e segurança, fatores que propiciam intimidade, decorrendo da congruência entre as expetativas e aspirações que os cônjuges têm e a realidade do casamento.

É importante considerar, também, a liderança partilhada, ou seja, a reciprocidade de poder entre o homem e mulher, pois quando o desequilíbrio persiste leva a relação à insatisfação, a sintomas de fadiga, à diminuição do desejo sexual e até à depressão, mais freqüente na mulher devido à carga desproporcional de responsabilidades. Também a coesão é um fator de proteção, integridade e prevenção da rutura do vínculo. Os casais saudáveis conseguem encontrar um equilíbrio entre proximidade e distanciamento e diferenças individuais. Nos casamentos tradicionais, espera-se que as mulheres sacrifiquem a satisfação das necessidades pessoais à carreira do marido. E se alguma coesão se mantém é obra quase exclusiva da adaptação da esposa às prioridades do companheiro. Situação bem diferente das relações atuais em que ambos se empenham na execução dos compromissos de trabalho e família, sofrendo até o relacionamento de falta de espaço para o próprio casal e para cada um individualmente. Independentemente das condições apresentadas serem importantes, a resolução de problemas é das situações mais essenciais para o ciclo vital do casamento. A grande diferença dos casais que dão certo e dos que não dão certo, não são os problemas, mas a capacidade de os enfrentar e resolver. Mais: enquanto no casamento tradicional as regras da relação são claras e até congruentes com a família e a comunidade, nos casais não tradicionais experimenta-se uma mudança descontínua que dificulta a resolução dos problemas. Assim, surgem armadilhas sucessivas que caminham para a rutura de relações que tudo teriam para dar certo. Neste propósito estão, também, os casais com baixa tolerância ao conflito, que tendem a não exprimir as diferenças, por medo de violência ou rutura, tendendo, nessa continuidade, a concordar com tudo para se libertarem do fracasso ou da culpa. Também há casais que caem na armadilha do “quem tem razão e quem não tem”, sem qualquer capacidade de considerar o ponto de vista do outro.

Uma outra situação que merece todo o cuidado é evitar os conflitos, pois a sua prática leva a segredos na vida a dois. Nestes casos, os cônjuges têm por hábito ver o companheiro como parte inseparável da sua própria identidade e existência, considerando intolerável qualquer conflito que possa ameaçar a relação. Este comportamento leva a que os aspetos conflituantes sejam escondidos ou resolvidos fora do casamento, man­tendo-se o relacionamento estável e ilusório, baseado mais na função que na satisfação mútua das necessidades.

Outra situação é os anos de conflitos não resolvidos ou os falsos casais que aparecem felizes em público, mas desenvolvem, por trás dessa aparência, mecanismos sofisticados para encobrir os buracos da sua relação. A maior parte das vezes, são casamentos mantidos pela crença na família e não pelos laços emocionais entre os cônjuges. Esta incapacidade de interações eficazes e criativas para resolver os problemas, deixa insatisfeitas necessidades pessoais e relacionais, sustentando um estado de bloqueio que leva os cônjuges a não saber como mo-ver-se para dar o primeiro passo, perdendo o potencial curativo da própria relação.

Importa registar que casais satisfeitos conseguem manter fortes laços emocionais com o cônjuge, mudar a estrutura de poder, de papéis e de regras ao longo da vida conjugal e em face de situações de crise. Desenvolvem padrões de comunicação adequados, essenciais para a satisfação conjugal de ser amado, sentir-se seguro, compartilhar desejos e sonhos, ter as necessidades físicas, emocionais e espirituais satisfeitas, bem como a possibilidade de dividir tudo isso com alguém especial ao longo da vida. In Diário do Minho, Julho de 2012 de Sílvia Oliveira.

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