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quarta-feira, 16 de março de 2016

Dia do Pai - Dia do Padre - Mês do Pai

 
Dia do Pai – Dia do Padre
 
Celebrar o dia do Pai em dia de S. José é uma efeméride que convém realçar, pois o pai é uma figura tão importante que é preciso, nesta sociedade de consumo e materialista, valorizar. Torna-se necessário um dia mais intenso de reflexão e atenções aos valores para convencimento não só dos pais que o são de facto, como daqueles que não o sendo, são filhos como todos os outros...




O que se diz a propósito do pai, diz-se a propósito do padre. Etimologicamente padre significa pai. O Padre está para a comunidade que preside, como o pai está para a família. Ser Padre é também ser pai e, se deixar de manifestar este sinal, deixa de ser o padre que Jesus Cristo quer: O homem da Palavra de Deus, o homem da Eucaristia, do perdão e da bênção, o animador da caridade cristã, o profeta da justiça, o educador da fé, o despertador e formador dos cristãos conscientes da sua militância.
Como tal, todos esperam dele uma palavra inspirada no Evangelho e na fé comprometida, humilde e cheia de amor sobre situações concretas e acontecimentos da vida humana do dia a dia. O Padre deve por isso ser um bom e dócil pai para a comunidade, de tal modo que esta o reconheça e o procure como aquele que está sempre pronto e disponível para se entregar a causas justas na luta pelo bem, pela justiça, pela paz e pelo amor para se entregar a quem, por este ou aquele motivo, precisa de uma palavra, de um gesto ou de um conselho... 
O Padre é um pai solidário com a Comunidade que precisa, seja em questões de saúde, de bem-estar, de trabalho, de lazer, de segurança, de educação, seja em questões de fé e de religião... Precisa o Padre de estar sempre ao lado do mais fraco, do mais pobre, do mais solitário, do marginal... e, só nesta medida, ganhará autoridade paternal para poder abençoar perdoando em nome do Mestre, presidir à celebração da Eucaristia como Jesus o fez na última ceia. Como pai comunica vida e com a sua presença sacramental é capaz de santificar, comunicar com a própria vida e com a palavra a mensagem de verdade, de amor e de alegria que Deus quer para todos os homens de boa vontade.
O Padre é pai que exerce um sacerdócio diferente do pai de família, enquanto este é sacerdote na igreja doméstica presidindo, em comunhão com a mãe, aos mistérios do amor vivido no seio da família, aquele é sacerdote que vive os mistérios do amor de Deus intensamente, em comunhão com a Igreja, isto é, numa família mais alargada a que chamamos comunidade e formada por todos os que lutam por uma vivência cristã mais perfeita. 
O Concílio Vaticano II diz-nos que este pai da comunidade, tem funções e tarefas diferentes do pai de família que pode e deve ser líder social e político, mas o Padre recebeu a ordem para o exercício principal e directo do sagrado ministério, por razões da sua vocação particular (Lumen Gentium, nº31). Ele é o representante visível e oficial do transcendente e não tem que ser líder social ou político, mas religioso. Nada impedirá, no entanto, que paternalmente exerça a sua influência mesmo no aspecto social e político quando for necessário. Nessa altura, não como missão ou tarefa principal da sua actividade, mas como um pai que ama e acompanha os filhos em horas difíceis.
Como pai da comunidade tem pois uma postura de serviço. É um sacerdote acessível, amigo, irmão, pai dócil, sempre muito preocupado com tudo o que é humano e sempre muito perto de todas as pessoas. Cheio de muito respeito por todos e animador da comunidade cristã. Sabe escutar, dialogar e dar testemunho da esperança. Procura construir com atitudes singelas, mas sempre incansável, sem grandes pretensões, pouco a pouco, como a formiga. Procura não cansar, nem destruir ainda que fique pelas pequenas coisas, mas sempre com muita constância vai servindo com palavras de alento e de esperança, atento às mudanças da sociedade, da Igreja, atento aos sinais de contradição, aos juízos dos ricos e dos pobres, à necessidade de dar sentido à vida e de promover a libertação cristã como profeta de Jesus, não como profeta do Antigo Testamento, mas do Novo, isto é, com visão ampla do mundo de hoje. 
Cristo afirmou de si mesmo que era Caminho, Verdade e Vida e o padre que é pai, encarnou isto mesmo no seu sacerdócio duma forma mais sublime. Por isso, é pai porque está pronto a dar a vida pelos amigos, pela Comunidade. A sua conduta é Caminho, porque é servidor duma comunidade e, como Pastor, vai à frente do rebanho que o segue, abrindo caminho para todos. É Verdade que seduz e prende. É Vida porque anima e comunica uma vida nova de fé, de esperança e de amor.
Aproveitar o Dia do Pai para reflectir sobre esta realidade em relação ao padre que só tem razão de ser quando dado à Comunidade por mandato do Bispo, é algo que nos apraz registar. O Padre é também um Pai.

P. Coutinho

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