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quinta-feira, 6 de abril de 2017

PÁSCOA-2017 A LUZ DE CRISTO RESSUSCITADO ILUMINA A HUMANIDADE

PÁSCOA-2017
A LUZ DE CRISTO RESSUSCITADO ILUMINA A HUMANIDADE
José Rodrigues Lima
Há sinais festivos… Ouvem-se os toques constantes das campainhas e os sons dos sinos nos campanários das igrejas, anunciando a todos a grande festa da Ressurreição de Jesus.
São tons e sons de ALELUIA…
Alegre-se o céu e rejubile a terra… ALELUIA
A Páscoa está associada à ressurreição da natureza e por isso relacionada com a festa da LUZ e das flores… Há perfumes a toda a hora…
É um tempo novo… Há música no ar… É a Festa da Vida…
Envolvem-nos referências cósmicas, teológicas e escatológicas.
Há simbologia com água, lume novo, amêndoas, pão de ló, folares, ovos e nas refeições familiares à volta da mesa com toalhas lindas.
Acontece a festa comensal conforme a tradição bíblica.
A FÉ em Cristo Ressuscitado cria um ambienta festivo, contagiante e as saudações são mais ternas.
Cristo ressuscitou e quer fazer a festa no mais íntimo do coração de cada um.
Páscoa é acreditar no amanhã…
Cristo Ressuscitado é o rosto visível do Deus invisível.
ALELUIA, ALELUIA!















FESTA DA VIDA
A LUZ DE CRISTO VENCEU AS TREVAS DA NOITE

“… Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem acredita em mim nunca morrerá.” (Jo. 11,25)


“Cristo é a luz dos povos”, sublinha a Constituição Dogmática sobre a Igreja, do Concílio
Vaticano II.
“Somos filhos da luz”, regista a Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Contemporâneo, documento do citado Concílio.
“Deus disse: Faça-se a luz. E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz e às trevas a noite. Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã; foi o primeiro dia.” (Génesis 1,3-5)
Antes de criar os astros luminosos Deus criou a luz. Na Bíblia a luz está associada a tudo o que é positivo, divino; ela é o resplendor do próprio Deus. Por isso, é a primeira criatura.
“Deus é a Luz. Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos. Deus é Luz e n’Ele não há nenhuma espécie de trevas.
Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Pelo contrário se caminhamos na Luz, como Ele, que está na Luz, então temos comunhão uns com os outros, e o sangue do seu filho Jesus purifica-nos de todo o pecado”. (1 Jo. 1, 5-7)
No prólogo de São João Evangelista podemos ler: “Nele é que estava a vida de tudo o que veio a existir. E a vida era a Luz dos homens. A Luz brilhou mas as trevas não o receberam. Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamou João. Este vinha como testemunha para dar testemunho da Luz e todos creram por meio dele. Ele não era a Luz mas vinha para dar testemunho da Luz. O Verbo era a Luz verdadeira que ao vir ao mundo a todo o homem ilumina.” (1 Jo. 1,5-7)
Jesus falou-lhes novamente: “Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a vida eterna”. (Jo. 8,12)
“Vós sois o sal da terra e a luz do mundo… Assim brilhe a vossa luz diante dos homens de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso pai que está no céu.” (Mat. 5,14-16)
“É que outrora ereis trevas, mas agora sois Luz, no Senhor. Procedei como Filhos da Luz, pois o fruto da Luz está em toda a espécie de bondade, justiça e verdade, procurando discernir o que é agradável ao senhor. E não tomareis parte nas obras infrutíferas das trevas; pelo contrário, denunciai-as. Porque o que por eles é feito às escondidas até dize-lo é vergonhoso. Mas tudo isso se denunciado é posto às claras na Luz, pois tudo o que é posto às claras é Luz. Por isso se diz: desperta tu entre os mortos, levanta-te de entre os mortos, Cristo brilhará sobre ti” (Ef. 5, 8-14)
“ Por um pouco de tempo ainda a Luz está no meio de vós. Caminhai enquanto tendes a Luz, de modo que as trevas não vos apanhem, pois quem caminha nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes a Luz, crede na Luz, para vos tornardes Filhos da Luz. Jesus disse estas coisas, foi-se embora e ocultou-se deles”. (Jo.12,35-36)
“Na verdade todos vós sois Filhos da Luz e filhos do dia” (1 Te. 5,5)
“Quem diz que está na Luz, mas tem ódio ao seu irmão ainda está nas trevas. Quem ama o seu irmão permanece na Luz e não corre perigo de tropeçar. Mas quem tem ódio ao seu irmão, está nas trevas e nas trevas caminha, sem saber para onde vai por que as trevas lhe cegaram os olhos.” (1 Jo. 2,8)
“Jesus Cristo filho unigénito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus; Luz da Luz.”
Assim professamos no Credo.
 “Os atributos bem conhecidos do espírito são a vida e a Luz. A Luz é antes de mais, poder de revelação, e por isso ao Deus revelado se chama Deus-Luz.”
“Na tua Luz conheceremos toda a Luz” (Salmo 36,10)
O Tempo Pascal cria um ambiente de fraternidade, partilha, compreensão e acolhimento.
A Luz de Cristo Ressuscitado gloriosamente nos dissipa as trevas do coração.


CAMINHEMOS NA LUZ DE CRISTO

“Não se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim ilumina todos os que estão em casa”.
A Luz que transportamos dentro de nós é para partilhar com os outros para que possam ser iluminados.
A Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a “festa das festas”, a “solenidade das solenidades”, tal como a eucaristia é o sacramentos dos sacramentos, bem como a Semana Santa é chamada no Oriente a “Semana Maior”. O mistério da Ressurreição em que Cristo aniquilou a morte.
No Concílio de Niceia (em 325) todas as Igrejas acordaram em que a Páscoa Cristã fosse celebrada no domingo a seguir à lua cheia (14 de Nisan), depois do equinócio da Primavera.


A PALAVRA PÁSCOA SIGNIFICA PASSAGEM
O signo linguístico Páscoa, derivado do hebraico, do grego e do latim significa passagem.
As narrativas bíblicas referem, abundantemente, a libertação do povo que vivia na escravidão e passou para o estado de liberdade.
“Deus ressuscitou Cristo de entre os mortos, e Ele está sempre entre nós todos os dias até a consumação dos séculos, ensinando-nos e guiando-nos pelas veredas da justiça, e fortalecendo-nos na pregação da Boa Nova do Evangelho”. (Mat. 28,16-20)

A Páscoa é um convite à mudança: passagem do pecado à graça; da fome ao pão; do desânimo ao ânimo; do subdesenvolvimento ao desenvolvimento; da morte à vida; da doença à saúde; do analfabetismo à literacia; da rua à casa; da barraca à habitação digna; da injustiça à justiça; da exclusão à inclusão; do desemprego ao emprego; da indignidade à dignidade; da angústia à serenidade; das sombras à luz; dos medos à confiança; da correpção à honradez.
A caminhada deverá ser com esperança viva e confiança alegre na nova criação, manifestando a fraternidade da vida nova em Cristo Vivo e Ressuscitado.
Alegremo-nos, pois Cristo Ressuscitado está vivo na história dos homens.

COMPASSO-VISITA PASCAL

Estando de acordo com Geraldo Coelho Dias, professor universitário e monge, “ para nós o compasso era o desenvolvimento ritual e solenizado da bênção das casas”.
“Em tempos recuados, o pároco respectivo podia, com tranquilidade, por si ou encomendado, na altura da Páscoa visitar e benzer as casas dos seus paroquianos”.
Com a mudança social ouve alterações de aspectos pastorais.
O compasso, sublinha o citado historiador “ por extensão ou sinédoque, é uma forma abreviada da expressão latina “CRUX CUM PASSO DOMINO”, isto é, designação da cruz litúrgica que preside aos ritos cristãos.
Daí que em todas as paróquias ou freguesias, subsiste ainda o “ JUIZ DA CRUZ” ou “ mordomo”, que deve empunhar solenemente a cruz paroquial nas grandes cerimónias anuais.
Por isso, a Cruz da Cruz, COMPASSO, adornada e perfumada acompanha o pároco quando ele nas alegrias pascal vai benzer as casas dos seus paroquianos.
Na zona Entre Douro e Minho, o costume da Visita Pascal este mais enraizado.
O assunto foi abordado no Sínodo da Diocese de Braga, em 1918, fazendo-se a visita pascal segundo o decreto do prelado D. António Bento Martins Júnior, de 21 de Novembro de 1942, artigo 23 e seguintes.





REVELAÇÕES DE ALELUIA
Há localidades onde os registos etnográficos singulares, se destingem nos cerimoniais da visita pascal.
Assim, é de referenciar o encontro das cruzes no largo das Neves, confluência das localidades de Vila de Punhe, Mujães e Barroselas, à volta da mesa dos três abades.
Este cerimonial decorre com grande participação dos habitantes, não faltando uma banda de música, ao mesmo tempo que se trocam saudações acompanhadas pelos doces pascais e um cálice de bom Vinho do Porto.
A visita pascal em Fontão, em Vitorino das Donas e a cerimónias transfronteiriças da aleluia em Cristelo Covo, Valença, são manifestações que têm merecido a investigação antropológica pela sua tipicidade.
O padre português e o “cura galego” atravessam o rio Minho no cerimonial que envolve o grande simbolismo das águas correntes e da fertilidade.

A MINHA ALDEIA DA PÁSCOA

Minha aldeia na Páscoa…Infância mês de Abril!
Manhã primaveril!
A velha igreja,
Entre as árvores, alveja
Alegre e rumorosa
De puro, luzes, flores…
E, na penumbra dos altares cor de rosa,
Rasgados pelo Sol os negros véus,
Parece até sorrir a Virgem mãe das Dores.

Ressurreição de Deus!
Domingo da Esperança!
Aleluias fazendo uma outra luz, no ar…
(Os olhos me ficam de criança,
Que para mim é ver o recordar)

Sai o Compasso. Em pleno azul, erguida
Entre a verde folhagem das uveiras,
Rebrilha a cruz de prata florescida…
Na igreja antiga a rir seu branco riso de cal,
Ébrias de cor, tremulam as bandeiras…

Vede! Jesus lá vai, ao Sol de Portugal!

Ei-lo que entra contente nos casais;
E, com amor, visita as rústicas choupanas.
E Ele, Esse que trouxe aos míseros mortais
As grandes alegrias sobre-humanas
Lá vai, lá vai, por íngremes caminhos!
Linda manhã, canções de passarinhos!
A campainha toca: aleluia!
Aleluia!

La vai o padre e a sua branca estola
E o seu ramo de flores.
E, às portas espelhado, o rosmaninho evola
Velhos trabalhadores,
Por quem sofreu Jesus,
E mães, acalentando os filhos no regaço,
Esperam o Compasso
E, ajoelhando, com séria devoção,
Beijam os pés da Cruz.
Teixeira de Pascoais
“Obras Completas “-1.º Vol.

PÁSCOA É ACREDITAR NO AMANHÃ…
ALELUIA!  ALELUIA!
BOAS FESTAS PASCAIS…


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