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segunda-feira, 31 de julho de 2017

A Carniçaria

                        
A Carniçaria

            O topónimo Carniçaria tem dado origem a falsas interpretações sobre a origem de Mazarefes, confundindo Mazarefes com Magarefe. Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
            O topónimo Carniçaria nasceu no século XVI. Mazarefes aparece em documentos do século X. Há uma diferença muito grande.
            O sítio da Carniçaria a meio da Avenida entre a igreja e a Rua Manuel Vaz Coutinho, teve este nome devido à morte inocente de um escravo do fidalgo Rui Pereira.
            Rui Pereira era um fidalgo da casa de Mazarefes não correspondido nos amores por Isabel da Silva, dos fidalgos de Vila Fria. Resolveu um dia vingar-se dela e, armado com os amigos de Mazarefes, fez um assalto ao Paço da freguesia vizinha. Conseguiram entrar no Paço. Espancaram a mãe da referida Isabel, já viúva, e à menina cortaram-lhe o nariz, como era costume, nesse tempo, cortar orelhas e narizes como castigo infligido pelos justiceiros.
            Passou-se essa noite, mas no dia seguinte já Rui Pereira teria desaparecido, talvez a caminho da Índia, onde viria a morrer mais tarde no cabo da Boa Esperança. E foi precisamente no dia seguinte, naturalmente no mesmo mês e do ano de 1550 que os de Vila Fria vieram a Mazarefes tirar a desforra e vingar-se do que tinha acontecido, castigando o criminoso Rui Pereira. Mas, não o encontraram, valeram-se de um escravo seu trazido da Índia que usaram como alternativa.
            Não ficou por aqui, pois em Barcelos, no tribunal, foi condenado Rui Pereira e queimaram uma esfinge numa das suas praças enquanto Rui Pereira naufragava no regresso da sua terceira viagem à Índia.

            Também não podemos confundir com o carniceiro Pedro Gonçalves, matador e vendedor de carnes verdes que existia na zona dos Castelhanos, muito perto da Carniçaria em princípios do século XVII.
           Quando era pequeno, sempre conheci ali um carreiro que dividia ao que me parece um terreno e ligava numa mata bastante calva a avenida da igreja ao largo dos castelhanos. à face da avenida da igreja já assim se chamava um velho tronco de Carvalho já com poucos rebentos, quase seco, onde por tradição constava que tinha sido havido ali uma morte, que ali tinham enforcado um criado por causa do patrão.

Não descobri  fotos da época e encontrei uma foto de um carvalho que me pareceu semelhante, mas noutro local, pois não havia ali aquele declive. Sei que o carreiro era tortuoso, mas fácil de passar por ele e que muitas vezes o fiz. Também lhe chamavam a carreira...
               Por aquilo que ouvi na altura de criança, esse carvalho tenho-o muito presente na minha memória. E era um carvalho isolado, mas com a configuração deste, com rebentos para oeste...

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