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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Os bois e as vacas

Os Bois e as vacas.

Quando abordei o “Carro de Bois” só me referi, de facto, aos bois pela razão de ser “carro de bois”, que era o mais usual em lavradores que, às vezes, à porfia, tinham até duas juntas para poder fazer um cambão sem ter que pedir ao vizinho.
Também o mesmo se diga do “Carro de vacas” que era usada, mas menos, em tempos idos.
As vacas davam leite para a casa, não havia uma casa de lavrador que não tivesse uma vaca para dar leite para a casa, ou fazer criação para dar um bom lucro para o curador na venda dos bezerros.
O leite começou a recolher-se porta a porta por mulheres conhecidas por “as leiteiras” para ser levado para a fábrica ou para a cidade. Também era vendido à porta aos vizinhos que dele precisassem. Mais tarde começou a ser o curador a levar o leite em canecos próprio para um posto de recolha, era pesado o seu grau de gordura e conforme fosse mais alto o grau da gordura mais e melhor pagavam ao proprietário. Assim poupavam-se as vacas para bem alimentadas darem mais leite.
Recordo que directamente do ubre da vaca o leite era comido com sopas de pão boroa,ou pão trigo, sem passar até pela fervura. Eu próprio preparava o miolo da boroa numa malga e ia ao ubre da vaquinha puxar o leite para preparar o petisco.
No entanto, ainda me lembro de o meu avô paterno vender a sua junta de bois ficando a corte dos bois livre para mais vacas.
Tinha ele tanto gosto que um ano entrou num concurso entre o Douro e o Minho com uma das vacas que foi transportada para o Porto e tirou salvo erro o 2º prémio. Foi a Maria do Céu conforme foto que a acompanhou. Devemos ter a taça que recebeu como prémio e uma placa de metal.
Era tirado o leite pela manhã e ao fim do dia.
Que bem sabia ao proprietário receber, de 15 em 15 dias, a quinzena do leite. Foi o que aconteceu nas Argas.  O leite era deitado fora e em 1972 quando para lá fui fiz com que a Junta e empreendedores da terra se juntassem e criassem um ponto de recolha de leite que a fábrica de Vila Praia de Âncora não podia receber, mas arranjou-se que fosse levantado pela de Vila de Conde. Toda a gente das Argas ficou contente ao ver que recebiam bastante rendimento do leite, pois o leite devido aos pastos era mais gordo. Recebiam bem e era como pão para a boca, pois desde a sementeira da floresta, ficaram proibidos de vender queijo e manteiga, produtos caseiros. Começou a ser uma fonte de receita com que melhor puderam ser generosos para restaurar as suas igrejas e capelas.
Foram-se os bois, mas as vacas tomaram o lugar dos bois e, era vulgar, o carro das vacas, eram sempre duas, uma junta. Só a carroça exigia uma, ou outros trabalhos do campo…
Na minha memória guardo más recordações quando um animal deste, boi ou vaca, tinha de puxar à custa das varadas ou das aguilhoadelas que, na altura, já era proibido que as varas tivessem um aguilhão maior que qualquer coisa que não lembro.
Hoje, isso acabou.
Primeiro vieram as charruas, ou os tractores e as ordenhas para as vacas. Tudo mais fácil que torna o trabalho mais leve para o homem e os animais que não são necessários a não ser para dar a carne, o leite e também a criação, mas com a reforma agrícola e as exigências legais muitos abandonaram e vê-se pouco gado bovino…












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